A primeira gira

A primeira gira da CECVOA ocorreu na União Espírita do Rio de Janeiro, no Méier, no dia 29 de julho de 2007, domingo, por volta das 16 horas.

Dando início aos trabalhos, o Vovô Oscar incorporou no médium Roberto Camões e começou a explicar aos presentes que a CECVOA não era uma casa, uma tenda ou um terreiro e sim uma cultura. Dentro dessa concepção, diferente de outros lugares, no "cantinho" seria permitido que os médiuns e seus guias trabalhassem com total liberdade, da forma que desejassem e utilizando-se das vestimentas e acessórios que quisessem, desde que - e não haveria exceção a esta regra - fossem seguidos os postulados básicos da caridade (fazer somente o bem), honestidade (somente a verdade) e do respeito (a todos).

Falou ainda que sete dos médiuns convidados para aquela gira representavam cada um dos sete frades que fundou a CECVOA no plano espiritual. Ressaltou que a caridade não seria realizada somente dentro do "cantinho", mas haveriam visitas a lugares com pessoas enfermas ou carentes, especialmente velhos e crianças, para que não somente a energia dos trabalhos fosse levada, mas também palavras de carinho e conforto para estes necessitados.

A partir destes postulados não seria permitido deboches ou destratos das entidades, dos médiuns ou assistentes uns com os outros. Também não seriam admitidos falsos médiuns ou incorporações inventadas e se tais fatos ocorressem a entidade, o médium ou a pessoa seria imediatamente repreendida e convidada a se retirar do recinto por ele, Vovô Oscar, ou por qualquer um do guias que estivesse comandando a gira.

Vovô Oscar riscou o ponto da CECVOA numa tábua de madeira e colocou-a ao pé de uma cruz de pétalas de rosas brancas feitas para saudar o "Cantinho", juntamente com um alguidar de barro repleto de tercinhos de Obaluaê que ao final da gira foram distribuídos aos presentes. Logo em seguida, Vovô Oscar, batendo com sua bengala de madeira no chão, chamou todos os velhos e velhas dos médiuns presentes para que, com a força das santas almas, fortalecessem a corrente que se iniciara.

Após este momento foi dada passagem para o Sr. Tranca-Rua das Sete Encruzilhadas, conhecido também como "Capitão", que deu passagem para todos os Exus. A gira transcorreu muito bem, com todas as entidades trabalhando pelas pessoas enfermas e necessitadas cujos nomes foram colocados pelos presentes no ponto riscado no centro do terreiro.

Por volta das 18 horas, um dos presentes questionou ao Capitão sobre o que estava sendo feito, dizendo que naquela casa não havia segurança e que tinham deixado a porteira desguarnecida. Eis que o Capitão prontamente começou a explicar ao senhor que era ele próprio quem estava tomando conta da porteira e que aquelas entidades que estavam trabalhando naquele momento eram o "Povo do Cemitério" e não "Eguns".

Então o senhor, extremamente exaltado, começou a retrucar coisas que não fizeram muito sentido para os presentes e, mesmo após intensa atuação do Capitão na tentativa de explicar-lhe o que estava sendo feito, não houve entendimento por parte daquele senhor. Até que, para a surpresa de todos, no calor da discussão, ao som de um ponto de Tiriri, o referido senhor resolveu simular a incorporação de uma entidade daquela linha e tal como havia sido determinado por Vovô Oscar, o Capitão imediatamente afirmou que aquilo era um fingimento e solicitou que o cidadão se recomposse e que se retirasse do recinto. E assim ocorreu.

E tranquilamente a gira prosseguiu até o fim, tendo sido concluídos todos os trabalhos ali iniciados, distribuindo-se, ao final, os tercinhos e as pétalas de rosas aos presentes.

Um comentário:

Anônimo disse...
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